2008/06/27

RELATÓRIO DO I SEMINÁRIO REGIONAL DE ÉTICA E CIDADANIA, REALIZADO EM ARAPIRACA NO DIA 27 DE MAIO DE 2008.

Às 09:h do dia 20 de maio, no auditório da UNEAL, realizou o I Seminário de ética e Cidadania de Arapiraca. Tal evento contou com a participação das Técnicas da CE: Eleusa e Arapuã, além dos debatedores convidados; Professor Clebio, da UNEAL E DA Psicóloga Susi Mauricio, bem como da Coordenadora de Ensino da Região, a Srª Girlene, a qual fez uso da palavra dando as boas vindas aos presentes, colocando-se a disposição de todos, desde que não consigam encaminhar junto à direção da escola as situações e falou da lotação numérica, a qual ela estava fechando e não concorda com a sobra de duas horas de um professor em uma escola, esta carga horária deverá ser lotada em outra escola.
A Técnica Arapuã apresentou uma mensagem na qual enfocou a questão ética, indagando o que é ser ético, como deve se comportar um ser humano ético além de expor de modo sucinto o conceito de ética e de moralidade. Apresentou também um conjunto de slides nos quais se apresenta um dilema ético de um pai pobre e pescador, que pega um peixe grande na época da Piracema, faltando apenas 10 horas para o fim deste período proibido para pesca. O que fazer: comer ou soltar o peixe? Finalizou essa exposição com uma frase: “A Ética é o domínio da nossa vontade pela razão.”
A mesma técnica solicitou aos convidados a compor a mesa. A palavra inicial foi do professor Clébio, o qual tratou das questões da Educação e Relações Étnicas Raciais. Enfocou as diversas temáticas que envolvem a questão étnico no momento. Lembrou os diversos conflitos que presenciamos no mundo que têm como pano de fundo a questão ética. Lembrou que muitas transformações vêm acontecendo na sociedade e na cidadania em nosso país. No entanto, de que modo a educação vem trabalhando para tal fim? Que cidadania estamos construindo? A máxima: “Todos são iguais” é questionada, porque há uma profunda desigualdade. Há uma diversidade muito grande de cidadania, há vários níveis, patamares de cidadania qual. Hoje os negros, os pobres, as mulheres têm patamares de desigualdades cada vez mais complexos. Entre os pobres os mais miseráveis são os negros, homossexuais, portadores de certas diferenças sociais. Isso enfoca um maior grau de distanciamento da cidadania. A escola tem de trabalhar para dar conta de certos direitos.
As idéias de liberdade, igualdade, democracia estão sendo repensadas. É o Estado brasileiro que num gesto benevolente quer resignificar esses conceitos? Claro que não. É sim conseqüência das lutas de classe do século XX que agora se manifestam. O estado Brasileiro e a Escola são racistas porque os fundamentos que embasam o Estado Brasileiro são europeus. O negro não foi consultado nem incorporado seus costumes na organização do Estado Brasileiro. O Estado Brasileiro e a Escola são racistas porque os fundamentos que embasam o Estado Brasileiro são da Europa. O negro não foi consultado nem incorporados seus costumes na organização do Estado Brasileiro. Discutir a emergência das Relações Éticas Raciais e discutir a emergência das mudanças nas estruturas.
A Psicóloga Susi fez uma palestra com o tema; a mulher na História e a mulher que Faz história. Começou afirmando: “Nós julgamos pelas aparências”. Em cada sala de aula temos 50 alunos e, portanto 50 histórias diferentes.
A Técnica Arapuá comentou a existência nas escolas do livro GOGO DA EMA – História da mulher Alagoana.
Dado oportunidade ao público presente para efetuar questões, efocou-se a melhor metodologia para tratar da questão do racismo com os alunos. O Professor Clébio fez uma explanação demonstrando que a metodologia e a prática devem ser pensadas como práxi, que é a capacidade do ser humano fazer algo pensando o que faz e esse fazer volta ao pensar.
Existem princípios, conceitos e reflexões mais gerais que pairam sobre nossa reflexão e estes vão mudar nossa prática. O conceito aluno significa: aquele que vive desprovido de luz, o saber é a luz para a cultura ocidental.
A nossa educação tem um modelo monológico. Tem um currículo pré estabelecido e pouca abertura para mudar. O Professor tem de ser Teórico e Prático. È preciso estudar. Professor que não estuda é repetidor e não professor. Só a teoria pode me dizer por que eu não ensino cultura brasileira na sala de aula, porque é reflexão e prática, o dar aula, ao mesmo tempo. Enfatizando a necessidade de carga horária disponível para os professores pesquisarem e estudarem e assim poderem melhor atuar na sala de aula.
A técnica da CE agradeceu aos debatedores e passou a palavra para a Técnica das SEEE, Maria José, a qual fez uma breve exposição da História do Programa Ética e Cidadania no Estado de Alagoas e tomando os novos kits fez um breve passeio nas páginas de alguns módolos com os presentes para que possam se apropriar do material e desenvolver nas escolas, projetos que tratem da temática e implantem os fóruns permanentes de Ética e Cidadania nas escolas de Educação Básica.
Após essa atuação por já se 12:30h e os participantes necessitarem se ausentar do evento, foi declarado encerrado o evento mas ficou dois convites: O Professor Clébio tem um grupo de Estudos sobre Relações étnicos raciais na UNEAL e abre espaço para a participação de professores da rede estadual. Também a Técnica da Ce informou que vai constituir na Ce um grupo de estudo de ética na Coordenadoria de Ensino, aberto ao professores.


Maceió 28 de maio de 2008.

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